quarta-feira, 1 de julho de 2009

Era uma vez...


Era uma vez... era uma vez o meu eu, meu ego, o meu íntimo. Eram três seres diferentes mas juntos formavam um só. Um dia este um único, na união dos três, conheceu um outro único que era a soma de também outros. Eles foram amigos, amantes, amados, amadores e atores de suas próprias vidas. Foram e voltaram em seus próprios palcos algumas vezes antes que, finalmente, seus teatros se tornassem espetáculos ímpares, divididos e distantes. Foi-se a vez do meu único e do outro também...
Era uma vez o que veio depois dessa história toda sem sentido. Uma mistura ex(r)ótica de hormônios, desejo, tesão e necessidade de sentir-se algo. E o meu único se sentiu bem mais que algo, se sentiu o que os outros chamavam de algo mais. É, pode ter sido o sexo e o sentimento irrisório de poder. Pode ter sido a adolescência vivida ao máximo. Talvez, talvez...
Era uma vez hoje, quero dizer, é uma vez, ou quem sabe, são algumas vezes, o meu único que ainda existe, sobrevive, transmuta, muda e se regenera. É o único do meu próprio eu, do meu ego e do meu íntimo que sente vontade de se multiplicar por um milhão elevado ao cubo e sair explodindo por todas as partes de todas as vidas dos outros únicos. É a vontade incessante de viver, de se sentir vivo, de ter que se ferir pra saber que não é indestrutível. É assim que eu consigo chamar toda essa confusão surreal da minha mente estranha e insana. É essa a vez que quero viver sempre, sempre até o último suspiro ofegante de um último orgasmo de energia vital...

- Marcel.